Cotidiano, Diverrsão e Crrueldade

Sentei naquela porrra banco do ônibus situado sobrre a rroda, ignorro vozes ao redor, merrda de calorrr, o suorr arrde na minha pele já queimada e penso que engorrdei porr que a carne trrepida enquanto uma senhorrinha insiste em puxarr assunto comigo, rrespondo com a boca meio fechada olhando parra o outrro lado parra ela entenderr que não sou de papo.

- Deus sempre ajuda a quem tem fé e é otimista.

Revirro meus olhos, esse é o meu idioma parra dizer que sou pessimista e que se foda, em qualquerr lugarr do mundo que passei eu fui comprreendida com esse gesto. Faz tempo que eu cheguei a conclusão de que a melhorr forrma de crrescer é ser ignorrante.

- Você é muito tímida não.

-Não senhorra, sou antipatíca mexmo...

Penso de novo olhando parra forra, mãe e filha bem arrrumadinhas passam na rrua e a menina cai em um burraco tão grrande que só ficam as marria chiquinhas de forra, o ônibus não estava lento e dentrro do meu solipsismo, só eu via a cena, eu gargalhava e ninguém sabia porr que... mas sou boa porque currto e comparrtilho imagens de gatinhos trratados como serres humanos.

A porra da senhorrinha ainda falando... e lá na frrente, um indigente tipicamente indigente está sentado com posturra de prríncipe, perrnas crruzadas com um enorrme papirro na mão... levanto fingindo que só querro tirrar a calcinha da bunda prra ver o que está escrrito no manuscrrito:

Movimentos apocalípticos.

Gostei dessa pessoa à merrcê de tudo ao redorr, como eu... Faz tempo que não escrrevo nada... porr que andei porr aí sendo conduzida pelo motorrista de uma porrra de destino que não é o meu. Desisti de tentar ouvirr as senhorrinhas e o pensamento da maiorria delas tem levado a elas e a mim parra o diabo que te carrrregue.

Pensando ainda na menina com carra de riquinha que caiu no burraco, na verrdade a minha mãe Irina Petrowski, uma vez chegou em casa garrgalhando porr ter visualizado esse espetáculo, porr que lembrrei disso?

Às vezes passo anos sem pintarr e quando volto, pinto um pouco melhorr e diferrente... não tenho conseguido escreverr porrque que a minha vontade de agrradar a quem lê foi parra a puta que parriu... mas rirr me faz bem...

Porr isso mandei o Bórris se fuderrr e fugi de Moscou parra o Brrasil, não estou aqui porr causa dessas pessoas comuns distrribuídas pelo mundo, parece que aqui há muito sentimento, mas não há, há um cerrto sadismo e admirração pelo incomum... jamais fui tão descrritiva e caço pelo RRio de Janeirro Discurrsos Pedestrres...

Pode serr que você me odeie porr não terr a capacidade intelectual de comprreender minhas prróximas crônicas, foda-se você como o Bórris, ignorro muitas pessoas, convivo com as necessárrias, amo pouquíssimas... me rregogizo com a diverrsidade e o inóspito, no meu prrocesso de auto aceitação e desencaminhamento de márrtirr, tenho perrcebido, e querro prrovar que cotidiano, diverrsão e crrueldade andam juntos.

Meu nome é Olenka Petrowski, você vai terr que me engolirrr.



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