samba descompassado

E lá estava eu em mais um típico final de semana em que você não suporta ficar em casa. Por que não ir numa roda de samba perto de casa?

Lá fui eu para aquele lugar que me parecia tão natural e tão familiar. Dentre algumas “sambadas”, e alguns sorrisos, surge como algo indispensável naquela situação, o clima de flerte:  As meninas sambam e os meninos ostentam  seus baldes de cerveja. Mas como as Ciências Sociais não saem de mim, tudo acaba virando uma análise sociológica na minha visão.

Comecei a observar os casais que se formavam e tive a certeza sobre alguns fatos que andei discutindo: O homem negro é frágil!

Não sou a rainha das análises numéricas, mas a maior parte dos casais que ali se formavam era de caras negros com mulheres brancas; loiras para ser mais específica. Isso não se dava ao fato de não haver mulheres negras por perto ou de não haver interesse da parte delas; era apenas por facilidade.

Isso pode parecer promíscuo, mas é a verdade. A mulher branca, em sua maioria, vê no homem negro a figura da virilidade, um objeto e o homem negro, por sua fragilidade, assume esse papel como algo de valor. A fragilidade do homem negro é mais forte do que toda essa onda de empoderamento, ou seja, ele não pensa sobre si.

O homem negro é frágil por não pensar como a sociedade o vê e como ele quer ser visto. Ele é frágil por não pensar em si como homem e muito menos como negro. Naquele ambiente, tudo para ele era familiar e seguro, menos seus pares... Realmente parecia algo assustador tentar uma conversa com alguma mina preta que estava ali; os cachos definidos, os saltos altos, o autor amor que elas exalavam era uma espécie de escudo para eles. E é essa fragilidade que hoje faz com eles também sambem em passos descompassados. 

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