Escravos e Fragmentos: Não passamos disso!

Fragmentos indo pra cá e pra lá, back and forth, à medida em que lutamos contra a nossa própria loucura, de criar um mundo tão violento e triste. Fragmentos com nomes de pessoas, não mais inteiras, mas estilhaçadas pelas Redes Sociais e escravizadas pelo touch do celular. Não cabe mais o toque, o contato, o calor e a intimidade; cabe apenas curtir o teatro arquitetado para aleijar nossas almas e nos distrair, enquanto o outro morre por inanição de atenção, devoramos, vorazmente, tudo aquilo que nos é posto à mesa; Nesse  fluxo infinito, não há descanso nem ponto de chegada. Somos todos fragmentos correndo de lá pra cá, numa cina incessante atrás de nós mesmos; correndo para sermos inteiros e não mais metades; Corremos para utilizar o outro, o mais rápido possível, para que mais alguém chegue, com a promessa do novo; fragmentados se relacionando, nem chegam a ser um; Nas conversas com os mais velhos,  ouvimos com curiosidade a saudosa época em que ninguém corria, os passos eram demorados, as conversas também, regadas a bolo de fuba da vovó e café, numa tarde arrastada, cheirosa e laranja. Nascemos inteiros e somos, pedaço por pedaço quebrados, até que, o que resta é um sorriso falso na foto de perfil e o coração amargurado pela infinidade de amizades e amores superficiais que cultivamos e regamos com curtidas e reações sintéticas, todas terceirizando a emoção. No final do dia, estamos nós, sozinhos, amargurados e só tendo o smartphone para nos consolar e oferecer o mundo perfeito das ansiedades.  





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