Y.M.C.A!
Cru,
dos pés até a alma, que fica escondidinha no meio do peito, solto ao relento
com um batalhão de pessoas embalas nos seus guarda-chuvas a me encarar
perplexas com tamanha enunciação de liberdade que multiplico no ar a cada momento
em que grito: “Hipocrisia! Hipocrisia! Hipocrisia!” balançando meus braços pra
lá e pra cá em tom de discórdia enquanto ouço um enxame de patrulhas
alvoroçadas vindo em minha direção com seus cassetetes inquisidores, madeira e
óleo para prepararem uma linda fogueira em nome de “nãoseiquem”, sua santíssima
autoridade intergaláctica e eu nem aí para as palavras que a multidão atiça:” Queima
ele! Herege!” Feliz da minha vida, cesso meu ato e abro os braços em sinal de
paz! Percebo que agora elas haviam formado um círculo à minha volta para que eu
não fugisse e eu permaneço imóvel, sedento por um abraço. Do meio da multidão,
vejo uma pessoa vindo em minha direção; cozida e pronta, ela abre os braços
junto comigo e sorri. Agora ela estava cru, igual a mim. O grupo que veio com
essa pessoa anima e se junta a nós. A multidão em tom de reprovação começa a
jogar coisas na nossa direção! Nós também nos revoltamos e um dos nossos crus
liga o stereo que ela tinha no ombro e começamos a dançar Y.M.C.A cantando: “it’s fun to stay
at the Y.M.C.A!” Aquelas patrulhas alvoroçadas rompem a multidão com a madeira e
o óleo e fazemos uma bela fogueira! Aumentamos o som e a nosso protesto ganha
força! Dançamos, todos crus, em volta daquele fogaréu avançando contra multidão
cozida e pronta e pouco a pouco, todos vamos ficando crus, despreparados e
muito felizes!
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